Em nome da saudade, eu protesto!
Era dia comum, quer dizer, até surgiram os telefonemas e mensagens que convocava para um encontro, era um convite comum. Deveria continuar sendo comum, não fosse o motivo que nos levou a tal reunião.
Ela, nossa amiga Helena, teve o disparate de AMAR, sim, e daí? E daí que esse amor sorrateiramente fez um daqueles pedidos filha- da- mãe. O pedido? Nada demais, apenas um quer casar comigo? É o quê? Não amiga, diga que isso não é verdade. A resposta não tardou pra ser anunciada. É verdade amiga!
Definitivamente aquele dia era diferente, dia de engolir o choro, se é que isso seria possível, e abri educadamente a porta da despedida.
Pois então, lá estávamos nós a brindar a dor e a alegria do momento. A dor da despedida que embora tivesse sendo regada a alguns goles se Chopp, parecia não anestesiar a nossa consciência. Mais um gole, um riso frouxo e algumas lembranças de momentos “ridículos” (mas deliciosos) que passamos juntas! Eu me contive o quanto pude. Assim como as outras pessoas que lá estavam.
Eu precisava consumir aquele momento, precisava fazer isso sem cautela, porque descobria a cada tic-tac do relógio, que os nossos risos iriam se desfazer ou se dividir entre lágrimas.
Mais um gole, um descanso para uma pergunta. Diga-nos amiga, o que faremos com essa saudade que monstruosamente já se apodera de nós? Resposta: “Eu sempre estarei em contato com vocês!” Isso me parecia pouco e as lágrimas denunciavam o que a boca tentou esconder.
Ri litrus era a nossa mais nova expressão, mas confesso que naquela noite chorei litrus! Pior de tudo foi vê nos olhos de minhas outras amigas o mesmo medo que eu tentava esconder com minhas piadas.
Bom, as horas passaram, enfim chegava a hora de repassar o filme bom de nossa amizade, em homenagem a história fizemos quase um clássico do cinema mudo. Abraços, um aceno e quando dei por mim éramos 4 patetas se debulhando em lágrimas . A única esperança que me fazia seguir confiante era a certeza que existe amor. Como fui egoísta naquele dia, poderia ter vestido a fantasia elegante da segurança. Não deu!
Mas enfim, alegro-me em saber que ela está feliz, mas não posso negar que as noites de terças-feiras nunca mais foram as mesmas sem os nossos (bat) encontros, sem as nossas críticas, sem os bolus e sem os nossos litrus de riso!
Meu protesto é simples, espero que a senhora Helena assim como a senhorita Luciene não esqueçam que são “eternamente responsáveis por aquilo que cativam”.
Ah! Tem mais, a história continua, porque não podemos comprimir as pessoas dentro de nossos espaços, mas os laços de verdadeiras amizades eternizam o sentido da palavra amor! Dentre em breve terei que passar por mais uma etapa, motivada pelo mesmo sentimento, fazer o que? Torcer para que dê tudo certo!
Joselma