quinta-feira, 28 de abril de 2011

Em nome da saudade, eu protesto!

Em nome da saudade, eu protesto! 
Era dia comum, quer dizer, até surgiram os telefonemas e mensagens que convocava para um encontro, era um convite comum. Deveria continuar sendo comum, não fosse o motivo que nos levou a tal reunião.
Ela, nossa amiga Helena, teve o disparate de AMAR, sim, e daí? E daí que esse amor sorrateiramente fez um daqueles pedidos filha- da- mãe. O pedido?  Nada demais, apenas um quer casar comigo? É o quê? Não amiga, diga que isso não é verdade. A resposta não tardou pra ser anunciada. É verdade amiga!
 Definitivamente aquele dia era diferente, dia de engolir o choro, se é que isso seria possível, e abri educadamente a porta da despedida.
Pois então, lá estávamos nós a brindar a dor e a alegria do momento. A dor da despedida que embora tivesse sendo regada a alguns goles se Chopp, parecia não anestesiar a nossa consciência. Mais um gole, um riso frouxo e algumas lembranças de momentos “ridículos” (mas deliciosos) que passamos juntas!  Eu me contive o quanto pude. Assim como as outras pessoas que lá estavam.
Eu precisava consumir aquele momento, precisava fazer isso sem cautela, porque descobria a cada tic-tac do relógio, que os nossos risos iriam se desfazer  ou se dividir  entre lágrimas.
Mais um gole, um descanso para uma pergunta. Diga-nos amiga, o que faremos com essa saudade que monstruosamente já se apodera de nós?     Resposta: “Eu sempre estarei em contato com vocês!” Isso me parecia pouco e as lágrimas denunciavam o que a boca tentou esconder.
Ri litrus era a nossa mais nova expressão, mas confesso que naquela noite chorei litrus! Pior de tudo foi vê nos olhos de minhas outras amigas o mesmo medo que eu tentava esconder com minhas piadas.
Bom, as horas passaram, enfim chegava a hora de repassar o filme bom de nossa amizade, em homenagem a história fizemos quase um clássico do cinema mudo. Abraços, um aceno e quando dei por mim éramos 4 patetas se debulhando em lágrimas . A única esperança que me fazia seguir confiante era a certeza que existe amor. Como fui egoísta naquele dia, poderia ter vestido a fantasia elegante da segurança. Não deu!
 Mas enfim, alegro-me em saber que ela está feliz, mas não posso negar que as noites de terças-feiras nunca mais foram as mesmas sem os nossos (bat) encontros, sem as nossas críticas, sem os bolus e sem os nossos litrus de riso!
Meu protesto é simples, espero que a senhora Helena assim como a senhorita Luciene não esqueçam que são “eternamente responsáveis por aquilo que cativam”.
 Ah!  Tem mais, a história continua, porque não podemos comprimir as pessoas dentro de nossos espaços, mas os laços de verdadeiras amizades eternizam o sentido da palavra amor! Dentre em breve  terei que passar por mais uma etapa, motivada pelo mesmo sentimento, fazer  o que? Torcer para que dê tudo certo! 

Joselma

terça-feira, 19 de abril de 2011

A noite parece fabricar com mais vigor as nossas dores. Faze-nos sentir ainda mais forte o grito silencioso que da alma ressoa; é como se nossa alma não suportasse viver em um corpo dilacerado pela dor da ausência.
Doí-nos a falta que sem aviso consome a alegria... É meus amigos, viver é um risco, ainda mais quando não se  tem o hábito construir solitariamente a própria estrada.
Costumo dizer que alma tem cheiro de liberdade e gosto de incerteza. Por esse motivo não se apregoa a grandes momentos de espera. Ela sente a terrível sensação de isolamento.
 Quanto ao corpo, esse pobre sujeitado pelos intemperes da rotina, vive a murmurar a latente dor que a saudade produz enquanto lembra o que lhe satisfaz, do que lhe produz felicidade. Hora dessas, nos perdemos, mas logo nos encontramos, essa é a condição de ser humano! A condição de gritar silenciosamente, mesmo quando se tem guardado nos lábios um estridente som que agoniza em detrimento à falta de coragem de tornar pública a dor, porque a dor que vem de nosso interior é muito íntima para ser jogada nos outdoors das ruas.
Mas, não se deve esperar muitos gritos no escuro silencioso, isso torna absurdamente insuportável as dores. É que é tão confuso para alma entender as necessidades do corpo; por que quando o desejo é da alma tudo é generosamente banhada pela alegria, ainda que essa alegria seja chuva fina é passageira, ainda que não pareça querer nada mais que aliviar o calor do corpo; ela inunda, é uma inexplicável sensação de bem-querer mais e sempre!
 A alma é uma incompetente no ato de esquecer, uma inveterada incompetente, grava cheiros, cores sabores e sensações. Fica latejando no corpo com o chicote da única verdade que realmente temos, o nosso desejo.    


 Joselma 

segunda-feira, 11 de abril de 2011


As pessoas em certos momentos muito bons, esquecem que a vida é um ciclo constante de delicias e dissabores. Daí, na primeira dificuldade já se lançam no desengano, na tristeza, no drama.


Às vezes basta tratar as coisas com placidez que naturalmente a vida trata de colocar tudo de volta no seu devido lugar.
Mas, como é fácil falar!
É mais fácil expelir palavras de sabedoria do que vive-las...

                                                                       (Luciene Silva)